Estudo realizado pelo Project Management Institute Brasil (PMI), com 300 empresas de grande porte, aponta que somente 33% executam todos os projetos planejados.
Mesmo com as facilitações na era da tecnologia e telecomunicações como blogs, redes sociais, celulares 3G, a comunicação ainda é um problema para grande parte das empresas. Essa é uma das conclusões da sexta edição do Estudo de Benchmarking em Gestão de Projetos, desenvolvido pelo Project Management Institute Brasil (PMI), organização internacional sem fins lucrativos responsável pelo desenvolvimento das práticas em gerenciamento de projetos no mundo.
Para 76% das empresas pesquisadas, o problema com a comunicação é o principal motivo pelo fracasso dos projetos; 71% consideram que o não cumprimento de prazos também colabora para estas falhas e 70% culpam as constantes mudanças de escopo. Em 2008, o mesmo estudo apontou uma deficiência em comunicação em 14% das empresas paulistas pesquisadas, 15% em empresas do Rio Grande do Sul e 15% Rio de Janeiro.
“O problema de comunicação é antigo, mas está se tornando mais evidente. Não sabemos escrever bem, não falamos bem o que queremos, não nos relacionamos bem com todos os perfis existentes num ambiente de projeto. Paradoxalmente, estamos na era da tecnologia onde todas as informações podem chegar a todos imediatamente, esteja onde estiverem”, comenta Walther Krause, diretor do PMI-Rio.
Realizado com 300 empresas de diversos segmentos (entre elas Petrobras, Nestlé, Vale, Volkswagen, Votorantim, Lojas Renner, Embraer, Gerdau, IBM, TIM, Promon e BNDES), a pesquisa também mostra que fracassar em um projeto é perder muito dinheiro, pois para 46% das empresas o investimento foi de R$ 1 milhão a R$ 10 milhões na área de projetos. Porém, mesmo com os altos valores, 58% das corporações não possuem um departamento de gerenciamento de projetos.
Para o coordenador geral do estudo, Américo Pinto, um aspecto que merece destaque é a mudança na cultura organizacional das empresas apontada pela pesquisa. “Em 2006, 20% das organizações relataram algum nível de resistência interna importante em relação à gestão de projetos. Em 2007 este número caiu para 17%, o que significa a valorização da gestão de projetos realizada de forma profissional", revela.
Na sua avaliação, a gestão de projetos deixou de ser encarada como “gestão de problemas” para assumir papel cada vez mais estratégico nas organizações em diversos segmentos. “Para evitar desperdícios, orçamentos onerosos e projetos que sempre duram mais tempo do que o previsto, as empresas estão despertando para a importância do desenvolvimento e a capacitação de pessoas qualificadas na gestão de projetos”, afirma Américo.
Para o executivo, coordenador geral do estudo e membro do PMI, muitas ainda não se deram conta que precisam de profissionais especializados em ‘fazer acontecer’. Das 300 empresas entrevistadas, apenas 21% possui efetivamente um profissional dedicado para esta finalidade. Além disso, a alta administração reconhece mais os benefícios do gerenciamento quando há um departamento específico para executar este tipo de tarefa (85%) do que aquela que não possui (69%).
Em contrapartida, 53% das organizações possuem uma metodologia para o gerenciamento de seus projetos. Estas metodologias, desenvolvidas pelas próprias empresas, são mais comuns nos setores de tecnologia da informação, engenharia, produção e operação e recursos humanos.
Por fim, para 78% das organizações, o maior benefício obtido com o gerenciamento de projetos foi o aumento do comprometimento com os resultados.
Fonte: MetaAnálise
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