28/08/2010

De Tiriricas e outras titicas

Galhofa eleitoral: o palhaço é o que vota

Não sei o que é pior: ter um candidato (a qualquer coisa) chamado Tiririca e fazendo uma campanha à sua altura; ou seus amigos acharem isso engraçado.

Depois de pensar quatro segundos inteiros, no entanto, concluo que a segunda parte é muito pior. Afinal, o Tiririca não teve estudo, instrução nem formação cultural.

Mas seus amigos tiveram. Seus amigos foram à escola, estudaram, aprenderam o que foi o AI-5 e viveram num país governado por uma junta militar. Seus amigos viram o movimento pró-Diretas, e lamentaram a morte do Tancredo. Seus amigos elegeram o Collor e suportaram o Itamar. E, por isso, não posso admitir que eles ainda achem graça numa aberração dessas.

Há programas humorísticos, standup comedy, boas comédias no cinema ou em DVD, blogs e alguns séculos de vídeos no YouTube. São várias opções para rir.

Só que quando você ri do horário político, não está percebendo que você é o motivo da piada.

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Em tempos de culto ao bizarro, elogio ao grotesco e palmas para a sordidez, eleger quem zomba das próprias instituições - antes ainda de fazer parte delas - parece até natural.

Se você acha graça daquele que diz que pior do que está não pode ficar, então você merece ser governado por um Tiririca, que seu dinheiro seja gasto pelo Paulo Maluf e sua cidade administrada pela Mulher-Salada-de-Frutas.

Porque de galhofa em galhofa o brasileiro vai destruindo sua tão cara democracia. Aquela pela qual lutou durante tanto tempo. Para agora colocar o Tiririca na TV e mostrar que não está preparado para tanta liberdade.

De qualquer forma, em outubro teremos o grande Censo de 2010 e mediremos, através das urnas, a quantidade de idiotas que tem no país. Você vai fazer parte dela? E o seu amigo?

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